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Mostrando postagens de julho, 2025

DESCOMPRESSÃO AOS POLICIAIS MILITARES

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  Prezado(a) leitor(a), o termo descompressão refere-se, de modo amplo, ao ato ou ao efeito de descomprimir, isto é, aliviar uma pressão ou compressão. À luz desta breve, mas útil definição, pretendemos demonstrar como tal prática poderia ser aplicada em benefício dos policiais militares. Diga-se, já de início, que a proposta vem da Enfermagem. Sim, São Paulo, aprovou a   Lei Estadual 17.234/2020 que constituía salas de descompressão para uso dos profissionais da enfermagem nos hospitais de todo o estado. Eis, porém, que, no dia 15 de março de 2023, o Supremo Tribunal Federal julgou tal lei inconstitucional. No entendimento de seis dos oito ministros julgadores, quem deve legislar sobre o tema é o Congresso Nacional, não a Assembleia Legislativa (cf. STF derruba lei que obrigava sala de descanso para enfermeiros em SP, Gazeta do Povo , 19/07/2023, on-line ). Aqui, alguém poderia perguntar: Como desejar, então, estender à PM uma lei que foi derrubada pelo STF? – Em resposta, di...

O BOM SOLDADO E O CATÓLICO

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  O bom soldado é um exemplo para todo católico que deseja o real progresso espiritual. Quem o diz é o apóstolo São Paulo: “Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2,3; cf. 2Cor 6,7; 2Cor 10,3; Rm 6,13; Rm 13,12;   Ef 6,11-18...). Tal passagem é assim comentada pelo célebre teólogo e biblista brasileiro Dom Estêvão Bettencourt, OSB: “O soldado é um homem forte e enérgico; sabe aturar firme sem fazer alarde, mas no silêncio heroico. Ora, se o cristão é um soldado de Cristo, dir-lhe-á São Paulo que deve ter a capacidade de aguentar e desapegar-se, que caracteriza todo bom soldado” ( Pergunte e Responderemos n. 309, fevereiro de 1988, p. 49). À luz de 2Tm 2,4, o mesmo teólogo continua sua argumentação: “A vida militar exige desapego de tudo o que lhe seja estranho [...]. A missão do soldado exige dedicação total e exclusiva. Assim também há de ser o cristão; desempenhe a missão que Deus lhe confiou, no mundo civil ou na Igreja, sem se imiscuir em tare...

UMA ESCOLA PARA O DESEJO

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  Solenidade de Nosso Pai São Bento – 11 julho 2025   Pr 2,1-9; Col 3,9b-17; Jo 15,1-8   UMA ESCOLA PARA O DESEJO   “Quem é o homem que quer a vida e arde de desejo por dias felizes?” (Prol. 15). Com esta pergunta do prólogo, Bento começa a delinear o que a vida monástica significa para ele. Na origem da vida monástica, mas poderíamos dizer na origem da vida cristã, há o desejo pela vida, pela vida verdadeira. Pode parecer óbvio: quem não deseja a vida? Mas não é tão óbvio! Bento diz que uma escola para o desejo é necessária para desejar verdadeiramente a vida. Quem responder “Eu!” à pergunta “Quem é o homem que deseja a vida?” deve então cultivar o desejo, porque o desejo e o desejo pela vida verdadeira não são tão óbvios. Vemos isso muito claramente hoje. Em nossa sociedade, é assim tão óbvio desejar verdadeiramente a vida? Há muitas pessoas que não desejam mais nada e que, no máximo, buscam a satisfação de necessidades imediatas. Mas necessidades não s...

A MEDALHA DE SÃO BENTO

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  Aos que perguntam sobre a medalha de São Bento (cerca de 480-547) com suas muitas iniciais em latim este artigo oferece breve, mas consistente resposta. São Bento muito se valia do sinal da cruz para afastar o mal. Daí a importância de relembrarmos, a partir da Escritura, a importância deste símbolo na vida cristã. Nos escritos do Novo Testamento, há referências à cruz em Mt 10,38; 16,24; Mc 8,34; Lc 9,23; 14,27; Gl 2,19; 5,24; 6,14; Ap 7,2 (cf. Ez 9,4); 1Cor 1,17-18. Na antiga Tradição, vemos Tertuliano († cerca de 220) escrever: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz” ( De corona militis , 3; cf. Hipólito de Roma. Tradição dos Apóstolos , 42). Atesta-se, assim, desde os inícios da Igreja, a estima pela Cruz do Senhor e o seu poder contra todo mal. ...

INSTITUIÇÕES CENOBÍTICAS

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  João Cassiano (365-435) – um monge discípulo de Evágrio Pôntico, cujas obras, depois de antigas controvérsias, vêm sendo muito valorizadas e, por isso, publicadas também em português – deixou-nos, entre outros, o presente trabalho. Seu título original latino é De instituta cenobitorum et de octo principalium vitiorum remediis (cf. p. 20). Ela é, segundo o estudioso Luc Brésard, O. Cist., para “os cenobitas uma rica doutrina espiritual baseada naquela dos Padres do deserto, que seu mestre [Evágrio – nota nossa] havia sintetizado. São Bento leu esta doutrina e, por isso, recomendou sua leitura no capítulo 73 de sua Regra” ( A Espiritualidade monástica das origens . Juiz de Fora: Subiaco, 2022, p. 211). Digno de atenção é o como, já a partir da descrição do hábito dos monges, Cassiano supera Evágrio na amplitude de detalhes. Enquanto este se serve apenas do breve Prólogo, em 9 parágrafos, aquele dedica um livro (= capítulo) inteiro – o primeiro – ao tema (cf. pp. 35-46). Isto posto...