ANTE A PANDEMIA: A DESOLAÇÃO E A FÉ
O Papa Francisco reza diante do Cristo Milagroso
A Desolação
O Cristo Milagroso que extinguiu a epidemia
Em 1522, uma
epidemia pior que a do coronavírus assolou Roma durante seis meses. Os
religiosos da Ordem dos Servitas de Maria retiraram da igreja de São Marcelo o
Crucifixo Milagroso e o esconderam em seu convento. Mas o desespero atingiu tal
clímax, que a população os obrigou a fazer uma procissão penitencial até a
basílica de São Pedro. Essa procissão se prolongou por 16 dias, pois à medida
que o crucifixo avançava os doentes iam sendo curados. Quando a imagem de
Cristo retornou, a epidemia estava extinta. Seria esta uma boa lição, a ser
imitada pelos dirigentes eclesiásticos em nossos dias. É bem o contrário disso
que estamos vendo. Pois esse mesmo Crucifixo Milagroso foi levado no dia 27 de
março à Praça de São Pedro. Mas não houve procissão nem curas milagrosas,
apenas uma desoladora bênção para a qual o Papa Francisco nem sequer convocou o
povo romano. Por razões sanitárias, é claro... E esse povo, sempre muito
expansivo, não reagiu como seus antepassados de 1522. Ao contrário de atrair
bênçãos, como no passado, essa atual insensibilidade ante a proteção
sobrenatural poderá atrair desgraças ainda maiores.
(Catolicismo n.
833, maio de 2020, p. 11).
A esperança
Milagre do
Crucifixo de São Marcelo se repetiu em Roma durante a pandemia?
Vaticano, 26
Mai. 20 / 09:00 am (ACI).-
Um sacerdote da Arquidiocese de Milwaukee (Estados Unidos) chamou a atenção das
redes neste fim de semana ao analisar o número de mortos por coronavírus na
Itália e identificar o dia 27 de março como o dia em que tudo mudou.
Nesse dia, o
Papa Francisco presidiu na Praça de São Pedro um momento extraordinário de
oração acompanhado pelo Cristo Milagroso, uma imagem do Jesus crucificado à
qual os romanos atribuíram o fim da epidemia de 1522. Além disso, concedeu a
bênção Urbi et Orbi e rezou diante da imagem do Senhor crucificado.
Em sua conta no
Twitter, Pe. John LoCoco identificou, por meio do Alerta sobre a COVID-19,
acessível pelo Google, que aquela sexta-feira foi o dia no qual se registraram
mais falecidos na Itália, com 919 vítimas.
Desde então,
começou um declínio gradual, até registrar, no dia 24 de maio, 50 mortes na
Itália. Como se sabe, este foi o primeiro país europeu onde a pandemia causou
estragos depois que o vírus deixou a China, causando, segundo a Universidade
Johns Hopkins, mais de 230 mil infecções e 32.800 mortes.
Há alguns dias,
várias medidas restritivas foram levantadas na Itália e as Missas voltaram a
ser celebradas com a presença dos fieis, mas mantendo as recomendações sanitárias
para evitar um novo surto de coronavírus.
No dia
extraordinário da oração, o Papa Francisco também rezou diante da imagem
mariana da Salus Populi Romani.
Em meio à chuva
e diante de uma praça de São Pedro vazia, o Pontífice refletiu sobre a passagem
do Evangelho na qual Cristo acalma a tempestade no mar da Galileia.
"Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de
estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo
importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos, carecidos de
mútuo encorajamento", expressou.
No entanto,
recordou que “o Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal.
Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos
resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para
que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor".
Por isso,
alentou a abraçar a cruz de Cristo, pois nela “fomos salvos para acolher a
esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e
estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o
Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e
dá esperança".
Após sua
reflexão, o Santo Padre foi até a entrada da Basílica de São Pedro, onde fez
adoração ao Santíssimo Sacramento em silêncio por vários minutos, acompanhado
por algumas autoridades do Vaticano, e depois presidiu algumas orações, como a
súplica em ladainhas.
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