A IMPORTÂNCIA DAS VILAS MILITARES


Toda pessoa de bom-senso que reflete sobre o trabalho da Polícia Militar (PM) não pode deixar de pensar que parece importante a criação de Vilas Militares no Estado.

Tais Vilas, como as que já existem para as Forças Armadas, trariam, certamente, muitos benefícios a cada policial, a seus familiares e à sociedade em geral. Sim, ao policial porque ficaria mais confiante quanto à segurança de sua família e, deste modo, trabalharia, psicologicamente, melhor. Ora, tal ganho, como se vê não é apenas do Pm em serviço, mas de toda a sociedade.

Mais: a família colocada em um ambiente de proteção e calmaria, fica menos apreensiva e desestressada. Em consequência, o convívio dentro do lar é melhor para o policial que volta da “batalha diária” a um ambiente harmônico, calmo e acolhedor. A autoestima tende, assim, a melhorar muito. No próximo turno de trabalho, a Corporação e o povo em geral terá um agente, realmente, descansado, atento e motivado para mais bem atuar ante os desafios impostos.

A referida Vila contará, ainda, com área de lazer com quadra, campo de futebol ou outras modalidades de esportes, inclusive academia de musculação e artes marciais, aptas a complementar a formação recebida na Polícia e manter o Pm bem preparado sob vários aspectos. Para as crianças, a Vila contará com Colégio Militar, aberto também a quem, de fora, nele queira estudar. Pergunta-se: por que um Colégio Militar?

Porque, no complicado sistema público de ensino brasileiro, os colégios militares têm – junto às escolas técnicas – se sobressaído na qualidade da educação, de modo que seus alunos obtém, via de regra, as melhores notas do ENEM. Sem falar na boa disciplina: aí impera a ordem, porém não o autoritarismo.

É certo que a Vila contemplará todos os Pms – especializado, de área, ambiental e bombeiro – cuja residência e demais benefícios estarão disponíveis enquanto o policial servir naquela unidade. Cremos, no entanto, que tal moradia há de ser opcional e que exista ainda o princípio de subsidiariedade, ou seja, cada um mantenha, dentro do padrão geral da Vila, a sua casa como é do seu agrado. Afasta-se, desse modo, o modelo comunista no qual o Estado sufoca a livre iniciativa da pessoa.

Alguém poderia – com isenção de ânimo – calcular, amigo(a) leitor(a), o valor de um militar que arrisca a própria vida para salvar a sua ou a de um ente querido seu em um acidente ou incidente de qualquer magnitude? Que, enquanto todos podem (e devem) se trancar dentro de casa diante de tiros disparados na rua, ele se põe a caminho do endereço do qual vêm os tiros a fim de evitar um mal maior à população?

É certo que, avaliado apenas no aspecto frio e financeiro, alguém poderia dizer: “Ele ganha para isso. Escolheu a profissão porque quis ou gosta. Fosse fazer outra coisa menos arriscada”. Tudo isso é verdadeiro. Contudo, pensando em nível mais amplo, a pergunta pode ser repetida: quanto, realmente, vale alguém assim? Não merece ele todo apoio possível da sociedade que defende?

Ainda: rebatamos um erro lógico: há quem diga que a Polícia é uma instituição corrupta, dado que o policial X ou Y agiram de má-fé, de forma reiterada. Ora, há aí o que conhecemos por “generalização apressada”, ou, em linguagem popular, “pela parte (alguns maus Pms) se julga o todo (a instituição Polícia Militar)”. É uma grosseria mental que não resiste ao crivo da Lógica.

Quem desejar combater a Polícia, terá, portanto, de encontrar outro argumento. Em contrário, todavia, aquele(a) que aspira ajudá-la poderá, certamente, em seus meios, defender o bom trabalho da PM e debater sobre a importância de Vilas Militares em nosso Estado.


Vanderlei de Lima é filósofo pela PUC-Campinas e escritor; Luiz Roberto Moraes é tenente-coronel da Reserva na PMESP.

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