OS SÍMBOLOS DO NATAL


Prezado(a) leitor(a), já se aproxima o Natal de Jesus. Gostaria, pois, de partilhar alguns pontos sobre tão importante data, bem como determinados símbolos ou gestos que a acompanham.

Celebramos o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro. Esta Solenidade cristã quer nos apresentar Jesus como o verdadeiro Sol da Justiça (Lc 1,78; Nm 24,17; Ml 3,20 e Is 60,1), em oposição à festa pagã do Nascimento do Sol Invicto, divindade oriental. Foi uma forma de ajudar povos pagãos a se voltarem para o verdadeiro Deus.

A solenidade natalina vem acompanhada de muitos símbolos ou atos. Vale a pena lembrá-los aqui.

O presépio: O Papa Libério, no século IV, expôs, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, algumas tabuinhas e pedras, tidas como relíquias da Manjedoura em que Jesus foi colocado ao nascer, e, em torno delas, celebrava-se a Missa do Natal. Com o tempo, passaram a colocar junto imagens de personagens que participaram dos acontecimentos de Belém: Maria, José, anjos, pastores, reis magos etc. Coube, porém, a São Francisco de Assis – com a celebração encenada do Natal no Bosque de Greccio, em 1223 –, iniciar a grande difusão da representação do Nascimento de Jesus pelo mundo.

A árvore de Natal: Lembra-nos a oposição entre a árvore do Paraíso (Gn 2,9), que, por seu fruto, trouxe a morte, e a árvore do Calvário, a Cruz (Mc 15,24), que, por Cristo, nos devolveu a vida (cf. Rm 5,17). Deste modo, ela é viçosa, cheia de enfeites como bolinhas e/ou luzinhas coloridas. A vida junto a Deus é sempre rica de graças e bênçãos.

O Papai Noel: É um velhinho de barbas longas com roupas vermelhas e um báculo na mão, tendo às costas uma sacola de presentes para as crianças. Sua figura se prende a São Nicolau, Bispo de Mira (Ásia Menor) no século IV. Este, tendo perdido os pais muito cedo e deles herdado grande herança, saiu distribuindo tudo aos pobres. Seria para desejar que a figura cristã verdadeira do Papai Noel fosse restaurada e, deste modo, deixasse de lado a imagem consumista exagerada trazida pelo Papai Noel modernizado. Afinal, como dizia Santo Agostinho de Hipona, só Deus preenche verdadeiramente o ser humano. São suas palavras: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Confissões, I, 1,1).

A oferta de presentes: Prende-se à própria data do Natal em si. Os homens e mulheres dão presentes uns aos outros com votos de saúde, paz e felicidade extensivos ao Ano Novo que, em breve, se iniciará. Esse costume quer nos recordar que o maior presente é o próprio Deus. Sim, Ele vem até nós a fim de nos tornar seus filhos adotivos (cf. Gl 4,5), em Jesus Cristo, o Filho por excelência (cf. Mt 3,17).

As iguarias natalinas: Inicialmente eram como que um regalo festivo depois da severa penitência do tempo do Advento. Hoje, é mais um motivo de confraternização na grande alegria do nascimento de Cristo. Contudo, a celebração natalina deve também levar-nos à prática da caridade para com os mais necessitados, sob pena de comemorarmos em vão, ou de modo egoísta, essa grande data litúrgica e social, que é o Natal de Jesus.

Concluo com as palavras do Papa Francisco no Natal de 2021: “Queridos irmãos e irmãs, muitas são as dificuldades do nosso tempo, mas a esperança é mais forte, porque ‘um menino nasceu para nós’. Ele é a Palavra de Deus que Se fez “in-fante”, capaz apenas de chorar e necessitado de tudo. Quis aprender a falar, como qualquer criança, para que nós aprendêssemos a escutar Deus, nosso Pai, a escutar-nos uns aos outros e a dialogar como irmãos e irmãs. Ó Cristo, nascido para nós, ensinai-nos a caminhar convosco pelas sendas da paz. Feliz Natal para todos!”.

Estes também são meus votos a cada leitor(a) deste artigo.

            Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Limeira.

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