CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO GUILHERME DERRITE
Na impossibilidade de me encontrar com você, escrevo esta Carta Aberta. É uma forma antiga, mas eficiente que os tantos amigos e amigas têm de saber que, ao menos, foi publicada e alguém a leu.
Vários assuntos me levaram a desejar que tivéssemos “um dedinho de prosa”, como dizemos no interior, mas não consegui. Mandei mensagem no seu e-mail de deputado, tentei falar pelo site da SSP, conversei brevemente com dois oficiais superiores imaginando-os serem mais próximo do secretário do que um simples “paisano” feito eu... E nada! Lancei, então, mão do velho método da Carta Aberta. Peço-lhe desculpas antecipadas por escrevê-la – ainda que a contragosto –, mas quase certo de que, deste modo, alguém a lerá e comentará com você o principal do seu conteúdo.
O primeiro ponto, que venho insistindo há vários anos, é o do uso de gorro de lã simples por parte dos policiais militares de serviço nas noites gélidas ou dias muito frios de São Paulo, capital e/ou algumas cidades do interior. Ele protegeria a cabeça e os ouvidos deixando a face descoberta. Ora, tem-se como verdade científica que “o frio favorece a contração dos músculos e tecidos que envolvem o canal do ouvido e deixa a pele mais sensível. Essa contração é o que provoca a dor. Não se trata de otite (infecção de ouvido), apenas dor no canal auditivo. A dica é se agasalhar, usar gorro”, segundo o Dr. Drauzio Varella, em seu artigo “5 mitos e verdades sobre a dor de ouvido”, acessado, no site Uol, em 5 de junho de 2020. Mais ainda: “Basicamente, perdemos cerca de 30 a 40% do calor corporal através da cabeça. Portanto, quando está frio, o nosso organismo vai enviar sangue para a cabeça antes de qualquer coisa, pois o cérebro é o principal órgão do corpo e precisa ser mantido aquecido”, de acordo com a matéria “Inverno no Brasil”, do site Oficina de Inverno, que acessamos em 28 de maio de 2022. Ora, por lógica, com a cabeça devidamente aquecida, todo o corpo estará bem e o serviço será de melhor qualidade.
O segundo ponto é o pedido constante para que seja incluída – ainda que em forma de Palestra com cerca de 2 (duas) horas de duração – uma exposição sobre Transtornos psíquicos e Psicopatia a todas as Escolas Superiores de Soldados e à Academia do Barro Branco. Assim, praças e oficiais interessados teriam a possiblidade de ir para as ruas com noções elementares do que é uma pessoa com transtornos psíquicos graves, não raras vezes já rompida com a realidade, e daquela – muito mais difícil de suspeitar – que tem fortes características de psicopata (modo de ser perverso, mas não doentio). Isso, no meu entender, facilitaria demais o tipo de abordagem, em determinadas situações, e poderia, quiçá, ajudar a prevenir ataques ativos, em escolas ou em quaisquer outros lugares.
O interessante de tudo isso, é a resistência do Estado. Não se entende qual a razão de não inseri-la, uma vez que: a) duas horas do tempo (no máximo) não seria tão difícil de reservar; b) a oferta da Formação, de minha parte, é totalmente gratuita, presencial ou on-line; c) se não me quiserem, há a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva e o Dr. Guido Palomba – perto dos quais sou um “aluno” pré-primário, mas discípulo dócil, interessado e grato a esses dois afamados mestres; d) a tropa ficaria grata, por certo, uma vez que onde os poucos comandantes me autorizaram a falar, a resposta tem sido excelente; e) a população, ainda que não tão a par do assunto, também seria grata. Afinal, quem deseja a repetição do caso Eloá, de 2008? e f) quem lucra com esse desconhecimento policial sobre um tema assaz relevante? Etc.
Permaneço à disposição, agradeço a atenção e faço votos de muita sabedoria, um dos sete dons do Espírito Santo, nas suas decisões à frente da SSP do Estado de São Paulo!
Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld, escritor, graduado em Filosofia pela PUC-Campinas e pós graduado em Psicopedagogia pela UNIFIA-Amparo. E-mail: toppaz1@gmail.com
(Foto ilustrativa extraída da Wikipedia).
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