ELEIÇÕES 2020 E O SEU GRANDE VENCEDOR

Terminada a eleição municipal deste ano, temos, em Amparo, grandes mudanças. Merece alguns comentários seu grande vencedor.

Carlos Alberto Martins (MDB), prefeito eleito é um vencedor. Foi várias vezes candidato a vereador e numa dessas candidaturas se elegeu com expressiva votação. Fez jus à sua missão pelo modo combativo, perseverante e destemido de ser. Teve o mandato cassado por alguns dias, mas conseguiu reverter a situação.

Na época, imaginando que – muito além do que se alegava no plano legal para a sua cassação – o maior medo era de sua rápida ascensão política (que, de fato, agora se confirma), escrevi no jornal A Tribuna, em 22/05/2009, p. A2, o artigo “Carlos Alberto: cassado ou caçado?”. Nele, afirmava o seguinte: “Voltemo-nos aos termos caçar e cassar. Cassar é tornar nulo, sem efeito, no caso o mandato de vereador. Já caçar é perseguir um animal ou pessoa, a fim de detê-lo, vivo ou morto. Daí a dúvida: Será Carlos Alberto uma fera indomável às forças opositoras, como se tem dito, que precise ser cassado para ser também caçado e silenciado? Arrisco-me a dizer que se o vereador ‘amigo do rádio’ estiver errado, vai ‘cair do cavalo’ junto ao povo e sepultará viva e sem velório a sua carreira política. Se, porém, estiver com a verdade, tudo isso vai beneficiá-lo e muito, como já parece acontecer”. E assim foi: o prefeito eleito subiu e, com o movimento da ascensão, jogou para longe seus críticos ferrenhos. Críticos que, não raras vezes, lhe deram pedradas, mas com essas mesmas pedras ele expandiu os degraus da sua escada.

Carlos Alberto – continuando meu raciocínio – foi candidato a deputado estadual e vem já de sua terceira disputa à Prefeitura de Amparo. É altamente perseverante, quase se poderia dizer, no bom sentido do termo, obstinado por seus sonhos e ideais. Luta até consegui-los. Conseguindo-os, sonha ainda mais alto. A ele bem se pode aplicar um dito popular a afirmar o seguinte: “Quem foi feito para voar alto, tem dificuldades com voos rasantes”. É, sem dúvida, um bom comunicador, fez seu nome em grandes eventos aqui e até em cidades vizinhas. Por fim, é um político nato.

Por que digo isso? – Por diversas razões, mas aqui aponto apenas duas: 1) não guarda mágoas. Quando afirmei, em outras eleições, a alguns candidatos que não votaria neles por questão de consciência, ficaram brabos. Não servem para ser políticos profissionais num país democrático. O Carlos, ao contrário, mesmo depois que dele discordei, continuou me tratando com o mesmo respeito de sempre e 2) sabe “dar a cara a tapas” quando precisa estar com o povo. O (a) prezado(a) leitor(a) aqui se lembrará de casos clássicos: o SAAE, a Taxa do Lixo, o Convênio médico dos funcionários públicos etc. Tudo isso – assomado a alguns bons conselhos que ele ainda possa receber – o capacita a ser, salvo drásticas mudanças de rumo, bom prefeito: 2024 nos dará a avaliação certa de como foi, na íntegra, o seu governo.

Certo é que governar não é fácil. Por isso, “o Apóstolo exorta-nos a fazer súplicas e ações de graças pelos reis e por todos aqueles que exercem a autoridade, ‘a fim de que possamos ter uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e dignidade’ (1Tm 2,2)” (Catecismo da Igreja Católica n. 2240). O Papa Francisco, em sua homilia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, no dia 29 de junho deste ano, dizia: “Peçamos a graça de saber rezar uns pelos outros. São Paulo exortava os cristãos a rezar por todos, mas em primeiro lugar por quem governa (cf. 1Tm 2,1-3). ‘Mas este governante é…’, e os adjetivos são muitos. Não os digo, porque este não é o momento nem o lugar para repetir os adjetivos que se ouvem contra os governantes. Deixemos que Deus os julgue! Nós rezemos pelos governantes. Rezemos… Precisam da nossa oração. É uma tarefa que o Senhor nos confia. Temo-la cumprido? Ou limitamo-nos a falar, a insultar? Quando rezamos, Deus espera que nos lembremos também de quem não pensa como nós, de quem nos bateu a porta na cara, das pessoas a quem nos custa perdoar. Só a oração desata as algemas, como a Pedro; só a oração deixa livre o caminho para a unidade”.

Deixo, de público, os parabéns ao Carlos Alberto, asseguro-lhe, como sempre, minhas orações, estima, amizade e também, se necessário, as firmes, mas respeitosas e fraternas críticas construtivas. Parabéns! Deus o proteja sempre!

Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld