MAIS ARMAS, MENOS CRIMES? SIM!
André Borges
Uliano escreveu, na Gazeta do Povo,
online, um artigo com o título “Pelo 2º ano consecutivo, número de armas
registradas dispara e homicídios despencam”. Vale a pena observar de perto os interessantes
pontos apresentados.
No campo dos dados, temos, em suma,
o seguinte: de acordo com o Sinarm (Sistema Nacional de Armas), em 2018, houve
um aumento de 6,35% no registro de armas de fogo. Já os registros do tipo Cac
(colecionador, atirador esportivo e caçador) tiveram um aumento de 31% no
Estado de São Paulo. Todavia, os dados do Monitor da Violência, atestam – em
contrário do slogan desarmamentista (“Mais armas, mais homicídios”) – que 2018
registrou, para desespero dos defensores ferrenhos do fracassado Estatuto do
Desarmamento, a maior queda no número de homicídios em 11 anos, com uma baixa
de 13% em relação a 2017.
Mais: 2019 confirmou as estatísticas
de 2018 e as ampliou. Com efeito, “o número de registros de armas de fogo no
Brasil bateu recorde em 2019. No primeiro ano da gestão do presidente Jair
Bolsonaro, foram 44.181 registros concedidos a pessoas físicas, entre janeiro e
novembro, segundo dados obtidos pelo O
Globo – o equivalente a cinco por hora. O número de registros, diz o
jornal, é o maior concedido pela Polícia Federal desde o início da série
histórica, em 2010, com alta de 29% em relação a 2018. Os dados não consideram
registros para colecionadores, atiradores, caçadores, além de órgãos públicos e
empresas de segurança” (Registro de armas de fogo bate recorde sob
gestão de Bolsonaro, 27/12/19, online). Portanto, se considerarmos estes
últimos, o número de armas nas mãos das pessoas de bem é ainda muito maior.
De acordo com a lógica
desarmamentista, mais armas deveriam aumentar o número de mortes por todo o
país, mas deu-se exatamente o contrário. Sim, “segundo dados do Monitor da
Violência relativos aos primeiro nove meses do ano de 2019, as mortes violentas
registraram uma queda recorde de 22%. As informações estão em linha com os
dados oficiais do Sinesp – Sistema Nacional de Informações de Segurança
Pública, colhidos do site do Ministério da Justiça, segundo os quais: nos
quatro primeiros meses de 2019, o Brasil registrou queda em todos os nove crimes
registrados na plataforma Sinesp. O número de homicídios caiu 21,2% e o número
de latrocínios teve redução de 23,8% em comparação com o mesmo período do ano
anterior”.
Daí
afirmar André Borges Uliano, no artigo por nós aqui seguido, que “não existe relação
de causalidade entre aumento no número de armas lícitas e crescimento
quantitativo dos homicídios e demais delitos violentos”. Para sustentar sua
afirmação, ele usa dados do especialista Giampaolo Morgado Braga que, de modo
politicamente incorreto, mas realista, assegura o seguinte: “o verdadeiro
problema não são as armas registradas, mas as que estão com os bandidos” (Um
fuzil T4 na mão e um tiro de arma ilegal na cabeça. Época, 22/05/2019, online,). Corretíssimo! Quem desejasse realmente
ajudar na pacificação da sociedade deveria, se quisesse ser ao menos um pouco
coerente, começar desarmando os criminosos. Contudo, estes parecem intocáveis
aos irredutíveis desarmamentistas. Por que será? Quem lucra com essa
parcialidade descarada?
Morgado
Braga assegura ainda o seguinte: “Numa análise estatística de correlação, as
duas séries (taxa de armas e taxa de mortes) tem uma relação de - 0,17. Em
resumo, não há correlação expressiva entre armas legais nas mãos dos cidadãos
comuns e homicídios dolosos” (idem).
Esta declaração é importante e pode ser confirmada na leitura da obra Mentiram para mim sobre o desarmamento,
de Flávio Quintela e Benê Barbosa (Campinas: Vide Editorial, 2015), disponível
também gratuitamente em PDF.
Concluímos
com um suposto diálogo entre um jornalista e um rapaz que furta e/ou rouba para
comprar drogas: “Por que, em vez de assaltar inocentes, você não rouba a droga
direto do traficante?”, indaga o repórter. O jovem, sem hesitar, responde:
“Porque o traficante está armado. Não quero ser morto”. Em nossas palavras: o
criminoso é, via de regra, mau (rouba, estupra, mata), mas não burro. Sabe com
quem mexe. Eis porque cada um(a) deve conhecer e usar do seu direito natural,
moral e legal à legítima defesa.
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