A POSSE E O PORTE DE ARMAS HOJE
Para portar uma arma de fogo ou até para
realizar treinamentos com ela, a pessoa deve estar em plenas condições
psicológicas favoráveis, tanto que os policiais são avaliados por psicólogos no
seu ingresso na Polícia e, periodicamente, a pedido do próprio policial ou por encaminhamento
de seu superior. Esse bom estado psicológico também é imprescindível ao cidadão
comum que deseja ter o porte legal ou até mesmo o mero registro de armas de
fogo em seu nome. Nesta segunda opção, a pessoa poderá possuir a arma, mas apenas
dentro de sua propriedade – urbana ou rural – utilizando-a tão somente dentro
do imóvel, não sendo, portanto, permitido sair com ela para qualquer ambiente
externo, pois aqui já estaria em questão não só a posse da arma, mas o seu
porte.
Quanto ao uso da arma de fogo, não existe um
modo apontado como o mais correto para empunhá-la e, consequentemente, efetuar
disparos com ela. A mais recomendada – e avaliada através de muitas pesquisas e
análises – é a empunhadura dupla (com as duas mãos), pois facilita o uso, tanto
para armas longas quanto curtas, bem como um “alívio” no recuo após o disparo,
na sustentação da arma de fogo de modo estável por haver nela mais pontos de
contatos e na própria segurança do usuário e de terceiros que podem estar
envolvidos no fato causador dos disparos.
Toda pessoa – policial, agente de segurança,
atirador credenciado, cidadão comum – que tem posse (e, em alguns casos, porte)
de arma de fogo, há de possuir extremo cuidado e habilidade para manuseá-la, e
isso só é possível passando por aulas de tiro com pessoas capacitadas pelos
diversos cursos existentes. O Método Giraldi, por exemplo, é o procedimento
criado pelo Coronel da PMESP Nilson Giraldi e utilizado pela nossa PM e por
diversas outras Polícias, pois é aprovado pela Cruz Vermelha e preconiza o “Tiro
Defensivo” e a “Preservação da Vida”. Entretanto, apenas a habilidade no
manuseio não é suficiente. Daí ser muito importante a guarda segura do
armamento, principalmente nas residências ou mesmo em momentos de
descanso/lazer, dado que uma criança ou pessoa que não possua treinamento e
prática com o manejo da arma de fogo, pode efetuar um disparo imprevisto e
acarretar diversos desdobramentos nem um pouco desejáveis.
Já a manutenção da arma de fogo deve ser
feita periodicamente, entretanto não há intervalo pré-determinado, pois depende
muito do ambiente em que ela é armazenada, do tipo de local em que o usuário
permanece com a mesma, porém é fato que, após cada utilização, a arma de fogo
deve ter sua limpeza/manutenção feita com escova, pano limpo, óleo próprio (que
pode ser substituído por óleo diesel), vareta lanada e vareta de cerdas para o
cano. Ressalto ainda que o óleo, independente de qual seja, deve ser usado para
a remoção de detritos, sendo que o usuário não deverá deixar óleo em demasia em
qualquer parte da arma de fogo, porque o excesso é prejudicial ao futuro funcionamento,
tendo em vista que resíduos, podem “grudar” no óleo excedente e auxiliar no
acúmulo de sujeira nos mecanismos de funcionamento.
Também não creio que exista um tipo de arma
perfeita para cada local ou ambiente (área urbana ou rural). O que deve ser
levado em conta é a perícia adquirida por parte do usuário para o tipo de
armamento legal que ele vai utilizar. Isso se dá por meio do treinamento eficaz
e constante. Se o usuário treina com arma portátil específica (espingardas,
rifles, fuzis etc.), pode ser que tenha dificuldades no emprego de outra arma
portátil, mesmo que o tamanho de cabo, coronha, cano etc. sejam semelhantes.
Então, a sugestão é que o usuário sempre treine e realize procedimentos com a
arma que tem, para familiarizar-se com os reténs, o recuo, a empunhadura entre
outras coisas, devendo o treinamento ser feito – repita-se – por um profissional
devidamente credenciado e que possua know-how
no armamento específico que será utilizado pelo interessado.
Capitão
Osmar Luiz Giacon Santa Rosa é oficial na PMESP e instrutor de tiros pelo
Método Giraldi.
Excelente artigo.
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