O QUE PODE LEVAR UM POLICIAL AO SUICÍDIO?
A cada 40 segundos, uma pessoa no mundo comete
suicídio. Este é um grande problema social e mesmo de saúde pública, pois 90%
das pessoas que cometem suicídio têm algum transtorno mental. Os policiais
correm mais risco de tirar suas próprias vidas do que pessoas em outras
profissões e têm, conforme veremos, alguns fatores de risco específicos para
isso.
Pelo fato de terem acesso a armas de fogo, os
policiais apresentam um risco maior de ter um desfecho letal de uma tentativa
de suicídio. Embora o ingresso na Polícia requeira um teste psicológico que
seleciona pessoas mais saudáveis para o trabalho, o acesso a armas de fogo pode
contribuir para esses profissionais terem maior risco de suicídio.
Outro fator de risco é o transtorno de estresse
pós-traumático, que acomete pessoas após um trauma grave. Os traumas que
desencadeiam o transtorno são comumente situações de extrema violência, mais
comuns na vida do policial do que na vida do não policial. O transtorno de
estresse pós-traumático envolve uma ansiedade grande e um sofrimento
significativo com coisas que lembrem do evento traumático.
Fora de quadros de estresse pós-traumático, a ansiedade também é um fator de risco para ideação suicida em quem tem
depressão. Ela é um importante fator de risco para suicídio, que acomete 1
a cada 20 pessoas nas grandes cidades. Especialmente pelo sofrimento que gera e
pela desesperança associada ao quadro, pessoas com depressão têm um risco
aumentado.
Pessoas com depressão ou
transtornos ansiosos trazem mais chance de abusar de álcool e drogas. O uso de
tais substâncias, especialmente se acontece com muita frequência ou em grandes
quantidades, está associado ao agir impulsivamente, sem refletir. De fato, o
agir com pouca reflexão é um risco para quem está pensando em tirar a própria
vida, pois um flerte com a saída suicida pode levar a pessoa a realmente
cometer um ato fatal.
A ideação suicida é outro fator de risco para o
suicídio. Sabe-se que pensar em tirar a própria vida está associado à depressão
e a outros transtornos psiquiátricos. O tratamento desses problemas por um
profissional habilitado pode ajudar muito essas pessoas.
Por fim, é preciso cuidar muito bem da saúde mental de
toda a população, especialmente da dos policiais que têm essa missão tão
importante e desafiadora de proteger a nossa sociedade. É importante estar
atento, e buscar a avaliação de um médico psiquiatra, quando os sintomas
estiverem presentes, pois o tratamento pode aliviar o sofrimento e salvar
vidas. Numa urgência, deve-se procurar um pronto-socorro para uma avaliação
médica.
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