A BÍBLIA DO PEREGRINO
A Bíblia do Peregrino (Paulus), elaborada por Luis Alonso Schökel (1920-1998) renomado intelectual espanhol, chama a atenção das pessoas, de um modo especial, por suas abundantes notas de rodapé a quase comentar versículo por versículo da Sagrada Escritura. Isto é muito válido. Traz, todavia, pontos merecedores de atenção. Aqui, apontamos, a título de ilustração, quatro deles. Nosso Senhor foi tentado ou provado no deserto (cf. Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13)? – Para Schökel, Jesus não foi tentado pelo diabo, mas apenas posto à prova. Sim, em comentário ao capítulo 4, versículos 1 a 11, de Mateus, escreve ele que as tentações do Senhor, na verdade, “são provações”. Ora, assim procedendo, o grande erudito espanhol cai no erro básico de confundir duas realidades que a clássica espiritualidade católica distingue muito bem. Afinal, provação não é tentação e, por conseguinte, tentação não é provação. Com efeito, escreve o Pe. Adolphe Tanquerey, célebre estudioso das etapas de progresso